sábado, 15 de novembro de 2008

Chego, digo olá, boa noite, tiro o sorriso do bolso e colo-o onde é devido. Os intervenientes fazem o mesmo, excepto com os sorrisos, que já apresentam vestígios de bolor a escorrerem pelas rugas de impressão abaixo.
Saco de um cigarro e sento-me acompanhada por ele. Sinto uma chama no meu olho direito e faço questão que seja partilhada pelo esquerdo. Apesar dos dois olhos já estarem aconchegados ao fumo e ao fogo, apercebo-me que acabei de me enfiar num iglo cheio de ursos. Eu até gosto de ursos, não falo é a língua deles. Alguns são amorosos, outros nem tanto, mas gosto deles. Mesmo. A sério [não sei].
Então ali estou eu, com o sorriso quase a deslizar para o bolso, tentando de algum modo sentir o calor desses animais de grande porte e postura. Tenho quaaase, quase, a certeza de que eles conseguem exalar algum calor, alguma faísca... alguma...
Mas não. Não consegui nada. Não esta noite. Não ali.
Os cigarros continuam a ser filtrados pelo desejo de sair dali rapidamente e os olhos resistem estóicamente à dormência provocada pelo frio cortante.
Até que quebro o gelo e vou-me embora.


1 comentário:

Unknown disse...

Então tinhas um blog e não dizias nada? Ainda por cima com textos mto bons (pelo menos os 2 que li até agora). Se a qualidade se mantiver ganhaste um visitante assíduo.

Beijinhos

Jon