segunda-feira, 15 de março de 2010

ajoelho-me à ausência focinhando atenções
persigo pontapés para redentá-los em doçura
reanimo ocas vontades com baforadas de amor
já beijo a mão do grande irreversível
estacas jazigam em levantes agora eternos
e a correnteza dilui-se em suas cores primárias


FIM DO DESVIO

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Hey!!!


Nada de alarmismos!!!

Isto do 'encerrado' não é mais que um 'volto já'.

domingo, 7 de junho de 2009

domingo, 24 de maio de 2009

só porque data o ano do meu nascimento

Foi-me preciso descobrir que:
a lógica é a ciência de gerir os rendimentos da estupidez;
os políticos não são inteiramente galinhas porque cacarejam e não põem ovos;
as pastas dos executivos levam dentro aranhas para urdirem as teias que nos imobilizam;
os militantes de todos os partidos têm pele de camisas enforcadas;
a família é um cardume de piranhas ao redor da carcaça de uma vaga sagrada;
a sociologia é uma completa falta de humor perante a decadência;
os gestores destilam um suor frio que nos constipa;
as nações içam as bandeiras para porem o falo a pino e masturbarem-se;
as esquerdas e as direitas resultam do pacto de não inverterem os papéis;
o socialismo é um estratagema para negar aos exploradores o direito ao aparecimento;
o liberalismo é uma manha do Estado para forjar algemas com a liberdade;
os intelectuais são uma chatice com que o Criador não contava;
sendo a educação a providência dos imbecis que são em maior número;
o mundo está imbecilizado pela educação;
o sistema é a creche da debilidade mental e a vala comum da inteligência;
a economia é adquirir-se o vício do fumo porque se comprou um isqueiro;
dos vencidos não reza a história porque se renderam à razão;
para concluir que:
chegou a hora romântica dos deuses nos pedirem a desobediência.
Faço-lhes a vontade.
A partir de hoje, se alguém me quiser encontrar, procure-me entre o riso e a paixão.


NATÁLIA CORREIA,
10 de Janeiro de 1983


terça-feira, 19 de maio de 2009

Ele há coisas do arco da velha. E note-se que o arco da velha tem bastantes coisas. Ou não fosse ele um arco. Se fosse um círculo já as coisas não seriam tantas. Há formas de vida um pouco fechadas em si mesmas.
Isto para dizer que se o JP Simões passasse por mim há dois meses atrás, eu continuaria a somar os traços que descontinuam a estrada. Hoje já lhe teria tirado o chapéu. Ou, mesmo, acenado com a luva rendilhada.


segunda-feira, 18 de maio de 2009

terça-feira, 12 de maio de 2009

Muller fez uma pausa na caçada, para contemplar a série de estrelas.
Até isso principiava a tornar-se familiar.
Escolhera as suas próprias constelações naquele mundo desolador, esquadrinhando o firmamento em busca de padrões de brilho que se adaptassem ao seu gosto singular.

O Labirinto, Robert Silverberg