segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Bisounours

Até quando este corredor sem portas com purgatório escrito nas paredes?
Até quando este viver entrepassado por brancos e pretos?
Ora branco ora preto ora preto ora branco ora pret.. às vezes um cinzento de pontas arroxeadas mas estado de pouca dura, as cores que são antípodas são também elas vencedoras.
Sou uma corda que balança indiferente ao ritmo de quem desliza. Renego pontos de referência e não aponto limites à velocidade.

Até quando esta sensação de dedo adormecido no pause?
Preto branco branco branco preto preto branco brevemente a jorrarem numa alma perto de si. Canalizar fazer beleza marcar suor canalizar, sim, eu sei, o pacto com o desprendimento é que não me deixa aterrar.
Sou corda, sou folhas, sou bandeira, sou plástico, sou saia rodada, sou baloiço onde se sentam os que desejam amostras do voar.

Até quando esta expressão tão baça que opaca?
Fugi tanto dela... podes fugir mas não te podes esconder, dizem.
Ei-la bem sufocada na pele sardenta já sem graça.

Até quando esta ausência do amor?
A ausência que subjuga cada gesto e cada olhar, a quem obedeço a sorrir e a chorar em porções comedidas e sem graça. Sem graça. Sempre.

Sou seara esquecida pela chuva, sou cansaço, sou repreensão, sou susto, sou manequim sem roupa nas traseiras de um armazém...

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